O sindicalismo reagiu com vigor à aprovação da reforma trabalhista, por 50 votos a 26 na noite de terça (11), após sessão tumultuada no plenário do Senado. Centrais Sindicais manifestaram repúdio, em notas divulgadas logo após o encerramento da votação.
Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a reforma “é injusta e cruel” e foi feita sem a devida discussão com a sociedade. “Essa reforma trabalhista cumpre um desserviço à sociedade, pois retira as garantias asseguradas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), promove a precarização das relações de trabalho e um enorme retrocesso social”, diz nota assinada pelo presidente Ricardo Patah.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, também repudiou a aprovação do projeto, dizendo que Senado impôs retrocesso histórico aos direitos da classe trabalhadora. Segundo o texto, a reforma aprovada “ataca frontalmente nosso povo e mina qualquer projeto de retomada do crescimento que tenha por centro a geração de emprego, o respeito à saúde da classe trabalhadora, a distribuição de renda e o combate à pobreza”.
MP – O presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, protocolou documento no Ministério do Trabalho contra a aprovação do texto do PLC 38, bem como da Medida Provisória que versa sobre novo modelo de financiamento das entidades sindicais.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, Moacyr Roberto Tesch, o PLC 38 é um projeto de lei irresponsável, que acaba com os direitos conquistados após anos de lutas do movimento sindical. “É inaceitável que se tome medidas contra a população de forma intransigente e sem nenhum diálogo”, diz.
Nesta quinta (13), as Centrais devem se reunir para discutir como será a atuação daqui para frente. De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), nas discussões sobre o projeto o governo prometeu alterações no texto. “Agora, vamos continuar conversando com eles. O governo fez mais que promessas, há documentos”, afirma.
Vetos – A reforma ainda pode sofrer mudanças no Palácio do Planalto, antes mesmo de entrar em vigor. Pelo menos oito pontos devem ser alvo de vetos ou sofrer alterações por meio de medida provisória. Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), utilizou sua conta no Twitter para dizer que não vai aceitar qualquer mudança no texto.